segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Diário de uma velejadora em terra (parte 3) - 23.jan

Depois do fato do tripulante não ter ido, acabei encontrando o Felipe em Ilhabela e de lá fizemos o trecho até Floripa, onde pegamos uma frente fria.
A frente fria ficou até o dia 17 de janeiro, quando eles zarparam e pegaram a partir daí uma janela de vento nordeste muito bom, que dura até quarta...dia 15.jan.
Desde então vim para SP e retomei as atividades por aqui. Tive duas reuniões importantes que referem-se ao trabalho corporativo que realizamos, encontrei alguns amigos e continuei ansiosa por saber por onde o Mistralis andava. Ainda bem que existe SPOT. O Felipe velejou bem, a última vez que vi as coordenadas já estavam bem próximo de Punta del Este, que fica já no Rio da Prata e de lá, muito mais fácil entrar até Buenos Aires.
Hoje as 14:30 embarco para lá e pretendo conhecer algumas coisas, entre elas, pedalar e ver se consigo conhecer algum tatame de Jiu Jitsu. Encontrei uma academia Gracie Buenos Aires. Vamos ver se eles me recebem...nem sei se meu kimono está limpo...rsrs

Agora me resta ir descansar...e ir do jeito fácil, de avião até Buenos Aires...de lá escrevo novamente para todos vocês...que acho que sou só eu! rs!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Diário de uma velejadora em terra (parte 2) - 9.jan

O primeiro dia em terra mesmo foi hoje. Pois eles sairam ontem a noite. Chegaram hoje cedo em Ilha Grande. Alguns enjoaram e o Mario, um querido cliente antigo, mas já um pouco mais velho preferiu desembarcar em Ilha Grande e o seu filho foi junto. Por isso menos duas pessoas a bordo.
O Filipe (tripulante, notem que são dois: O Felipe Capitão e o Filipe Tripulante) parece ser persistente, ouvi dizer que ele enjoou bastante, mas mesmo assim quis continuar.
A maior decepção foi o pessoal ter parado em Ilha Grande para pegar o outro tripulante, Augusto, que de última hora decidiu não ir, algo que atrapalhou muito nossos planos, mas não impediu o Felipe de zarpar.
Nesse momento tenso passa na minha cabeça que eu deveria ter ido junto, mas fica complicado arcar com a irresponsabilidade de todos com toda essa pressa. Em resumo, o Felipe já zarpou com o Mistralis para chegar o mais próximo de Florianópolis possível, pois uma frente fria se aproxima. Serão mais de 6 dias sem contato! É estranho estar do outro lado!

O dia aqui em terra foi no mínimo esquisito. Fui ao banco, resolvi alguns detalhes com parceiros, coloquei em dia nossos e-mails marketing e ainda tenho muito trabalho de escritório pela frente.
Sempre quis saber, como é quando não estamos aqui no Rio...e simplesmente as pessoas continuam suas rotinas, sem nem pensar em quem está no mar. Nesse momento dezenas de milhares de pessoas estão embarcadas pelo mundo, em veleiros, pesqueiros, navios, plataformas, enfim, todo e qualquer tipo de embarcação.

Enquanto estamos na nossa cama quentinha, bravos velejadores, navegadores ou simplesmente pessoas do mar estão lá fora enfrentando frio, chuva, sol e muita água salgada.
Nesse momento tenso de desistência de quem se compromete com algo tão importante, só me resta lamentar a irresponsabilidade alheia e agradecer aos outros amigos velejadores que se comprometeram em embarcar no próximo porto!

Me lembro quando essas coisas acontecem, da força de vontade do Felipe, que sempre é muito determinado e vai além do limite para conquistar seus objetivos. Que Éolo esteja com o Mistralis e sua tripulação!

Que eu consiga ficar tranquila nos próximos dias!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Diário de uma velejadora em terra (parte 1) - 8.jan

Depois de 4 anos velejando junto, hoje o Mistralis e o Felipe Caire partiram rumo a Buenos Aires. Eu não fui, estou em terra cuidando dos assuntos da empresa, fazendo um apoio e resolvendo assuntos que não podem ficar 15 dias sem nenhum tipo de contato.
Hoje, 8 de janeiro de 2012, foi muito estranho ver o Mistralis partir e sumir atrás da ponta da boca da barra no Rio de Janeiro.
Preparamos juntos todos os detalhes da viagem, do roteiro até as compras...o que na verdade é o mais difícil! Certamente a viagem em si e todos os obstáculos são perfeitamente superáveis com toda a experiência do Felipe e da tripulação que contará com mais um velejador experiente, teóricamente no meu lugar! Digo teóricamente, pois ele não conhece o Mistralis como eu! Cada barco é um barco e há sempre coisas novas a aprender, ainda mais em se tratando de um veleiro como Mistralis: aço, 20 toneladas e quilha longa!

Já sinto saudades...de tudo! Aguardo ansiosamente a minha ida até Buenos Aires de avião para encontrá-los! Direto do Rio de Janeiro..... Karen