segunda-feira, 22 de novembro de 2010

De volta ao Rio.

Depois de alguns meses velejando e treinando pelo Brasil, cheguei numa conclusão interessante. Quanto mais para o Nordeste você vai, mais a sério o Jiu Jitsu é levado pelos poucos que treinam. São entusiastas, semi-profissionais ou profissionais. Desses, todos o que já conseguiram alguma gradução são extremamente técnicos e levam o esporte de forma saudável e sagrada, como é no Judô.

Já diziam quando estava lá, que era difícil achar alunos graduados e que eles desejam imensamente que o esporte cresça nessas regiões. A divisão de equipes torna-se mais acirrada, porém não desrespeitosa.

Talvez tenha tido sorte de cair em boas academias, bons professores e bons alunos, porém cada dia que passa me sinto mais orgulhosa de praticar esse esporte, que é o Jiu Jitsu brasileiro. Que tem crescido e espero que continue crescendo de forma sustentável.

Agora iremos para Ilhabela mais vezes e sei de alguns projetos sociais que existem por lá e pretendo visitá-los no próximo mês.

Agora do Rio de Janeiro - Uma abraço, bons ventos e bons treinos.

Karen

terça-feira, 31 de agosto de 2010

De Vitória a Salvador com parada em Camamu

Passaram-se alguns dias, mais precisamente quase metade de um mês se foi. A travessia a partir de Vitória foi longa porém tranquila. De todas as pernas, essa é a mais comprida em termos de Milhas Náuticas (560), porém normalmente, devido a sua beleza, passa muito rápido. A parada em Abrolhos foi adiada para a volta, pois o forte vento de SE não nos permitiu parar no arquipélago, o que de um lado foi bom, pois fomos "obrigados" a parar para descansar na lindissima baía de Camamu, um dos paraísos do sul da Bahia. Quem pensa que não vimos baleias por conta da mudança de planos, olha a sequencia de fotos que o Ivan Padovani tirou de uma linda Jubarte saltando na frente do barco:





(Fotos Ivan Padovani : http://www.flickr.com/ivanpadovani )


Pois é, foi realmente incrível, mas como o que é bom dura pouco, chegamos em salvador no dia 23 de agosto, nos preparamos para a Regata Aratu - Maragojipe a qual foi realizada no dia 28 de agosto e agora sim, estamos tendo um tempo para colocar os e-mails em dia e descansar um pouco até recomeçarem os preparativos para a travessia até Recife, mais 400 milhas náuticas.

Mistralis em Camamu, nas calmas águas da Ilha do Goió

Vamos ver o que acontece por esse dias!







domingo, 15 de agosto de 2010

Preparativos para Abrolhos


Kimono secando depois do treino

Eu, Fabricio Balthar e Rodolfo ( Vila Velha, ES)

Estamos terminando os preparativos para zarpar amanhã rumo Abrolhos, BA.
Passamos os últimos dias em Vitória fazendo ajustes no motor, trocando o óleo, compras e esperando os novos tripulantes.

Nesse meio tempo conseguir dar um pulo no treino de Jiu Jitsu do Fabricio Balthar, em Vila Velha. Sexta-feira, com campeonato no domingo, tinha apenas eu e mais dois alunos, além do Fabrício e o Rodolfo (Boi). Valeu para tirar a ferrugem do Kimono e por ter conseguido passar pela famoso Terceira Ponte com uma linda vista e a cidade iluminada pela lua. Pena não ter conseguido tirar foto do local.

Sem grandes novidades, fico por aqui pois a maré subiu e precisamos aproveitar para parar o barco no posto e encher o tanque de água doce e diesel.




Bons ventos e bons treinos.




Karen Riecken


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pequena travessia ES

Saida dia 11 de agosto
Guarapari, ES – Vitória ES
Distância – 20 milhas náuticas
Capitão – Felipe Caire
Tripulantes: Fabiano Medeiros, Altimar Jr., Karen Riecken, Bernardo

Hoje de manhã, acordamos 5:50am, puxamos âncora e zarpamos para mais essa pequena travessia entre Guarapari e Vitória. Com mais um tripulante que embarcou na noite anterior, o Bernardo, seguimos com tranquilidade cerca de 20 MN pela costa do ES com vento Sudoeste moderado: favorável.
A saída foi rápida, puxamos âncora, subimos as velas e conseguimos fugir de uma chuva bem grossa, pegamos apenas uma leve garoa que quase não durou.
Era 12:30pm quando já tínhamos dado entrada no ICES em Vitória.

Barco na poita, descanso e preparativos para mais uma pernada entre Vitória e Salvador.

Que os ventos favoráveis estejam sempre conosco.

Ancoragem no Cabo de São Tomé



Chegada no Perocão / Enseada da Cerca e arredores


Saida dia 6 de agosto
Rio de Janeiro – Cabo Frio – Vitória
Capitão – Felipe Caire
Tripulantes: Fabiano Medeiros, Altimar Jr., Karen Riecken



Depois da tentativa de saída no dia 5, a ressaca e o vento contra nos fez optar por aguardar mais um dia para zarpar. O dia 6 amanheceu com menos ondas e vento a favor de sudoeste. Um vento forte na casa dos 20 nós, fazia o Mistralis singrar cerca de 8 a 9 nós. O vento que durou dois dias aproximadamente também nos fez optar por não para em Cabo Frio, partimos direto então para Vitória.Passando a região de Cabo Frio, onde a costa começa a fazer uma curva, o vento rondou para Sudeste, o que o mantinha favorável, evitando a manobra do Jybe , apenas orçamos mais e com vento um pouco mais fracos, içamos o gennaker (uma vela própria para ventos fracos, favoráveis e de través. No terceiro dia o vento então acabou até passarmos algumas milhas do Cabo de São Tomé.
Aproximadamente 30 milhas depois da região de Campos e São Tomé começa um vento de Nordeste contra e como próprio da região uma correnteza de aproximadamente 2 nós. Durante o dia a situação adversa começa a aumentar sua intensidade e por volta das 20h, o Mistralis com vela e motor singra entre 0,5 a 1,5 nó. As ondas e a correnteza assolava o segmento do barco e tornava a navegada extremamente desconfortável, além de perigosa. Não poderíamos ficar mais tempo com o motor ligado, o mesmo já começava a aquecer pela força que fazia para empurar o barco. Algumas horas depois a condição piorou e percebemos que o local era razoavelmente razo entre 6 a 15 metros de profundidade, local onde não passa navios e a frequencia de embarcações era pequena. Como muitos pescadores fazem, resolvemos jogar o ferro com bastante amarra, cerca de 200m e esperar o tempo melhorar. Ficamos com medo do cabo não aguentar, por isso a manobra foi feita com muito cabo e uma aboçadura (um nó que ajuda a tirar a tensão do cabo sob tensão). Com a força das ondas, vento e correnteza, a proa do Mistralis afundava nas ondas com muita força, fazendo um estrondo e um movimento perigoso para o fundeio. Todos dormiram preocupados porém depois de algumas horas o vento amainou e conseguimos descansar um pouco. De manhã nada de vento e pouca correnteza. Era aproximadamente 6 horas quando recolhemos a âncora e seguimos para a enseada do Perocão em Guarapari, ES. Na chegada entrou um vento Sudoeste forte, mas tivemos tempo até de comprar alguns kilos de camarão de um pescador. Âncoramos então na enseada da cerca, abrigados. Jantamos camarão no bafo e fomos descansar. Agora iremos passar mais uma noite aqui e zarpar para o ICES em Vitória, cerca de 20 milhas náuticas.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Kimono Velejando


Exatamente um mês depois de retornarmos de Florianópolis pela segunda vez (5 de agosto de 2010) o Mistralis está zarpando com sua tripulação para Cabo Frio e logo depois Vitória. Este é o primeiro trecho da subida da costa até Noronha. Para quem não conhece nossas atividades sugiro que visite o site da empresa http://www.mistralis.com/

Nesse mês, julho, fizemos a manutenção periódica do Mistralis, fizemos outros pequenos ajustes no mastro e aproveitei o tempo no Rio de Janeiro para retomar uma atividade que sempre pratiquei em terra quando morava em SP: Jiu Jitsu Brasileiro. Como juntar uma luta de chão com a vida no mar? É o que estou tentando descobrir.

Tive sorte de encontrar aqui do lado de onde o Mistralis fica aportado quando fazemos os preparativos, uma equipe profissional, honesta, técnica e etc: O Beto e a Dri da Akxe me receberam com muito carinho e 3 vezes na semana tirei aquelas horinhas sagradas para treinar. Antes, pedi o aval do meu querido mestre em SP, o Fabio Gurgel - Alliance, que com muito profissionalismo e respeito (como sempre) foi muito claro: "Treine o máximo que conseguir". Não poderia deixar de expressar a minha gratidão e orgulho de ter recebido a Faixa Azul de suas mãos e todo o carinho que sempre tive na Alliance. Mas essa já é outra história que vamos falar durante esse blog.

Agora na hora de zarpar fico com o coração na mão de deixar esses novos amigos aqui, mas o dever me chama e por que não continuar treinando nos locais que passarei? Por isso criei esse mini projeto pessoal. Já que esse blog é pessoal, resolvi escrever sobre essa nova fase cheia de desafios e obstáculos para conseguir treinar e velejar pela costa do Brasil. A Manu (Alliance - SP - FG) já até arrumou um lugar para eu treinar em Fernando de Noronha! Vamos ver o que sai até lá.

Chegando em Vitória já combinei com o Fabricio Balthar da Alliance de participar de alguns treininhos por lá e assim não ficar parada. As fotos e os postos vão vindo de acordo com meu acesso a internet que deve ser a cada semana. Agora desejo que os bons ventos soprem para o Mistralis, que tenhamos uma viagem tranquila, que os treinos continuem e que a Vela e o BJJ sejam fomentados e evoluam! Um abraço a todos meus companheiros de treino em especial meus professores. Um foto da Equipe Akxe Morada do Sol onde fui recebida e incentivada a continuar treinando seja lá onde for pelo Brasil! (http://www.jjmoradadosol.com.br/ )