quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Ancoragem no Cabo de São Tomé



Chegada no Perocão / Enseada da Cerca e arredores


Saida dia 6 de agosto
Rio de Janeiro – Cabo Frio – Vitória
Capitão – Felipe Caire
Tripulantes: Fabiano Medeiros, Altimar Jr., Karen Riecken



Depois da tentativa de saída no dia 5, a ressaca e o vento contra nos fez optar por aguardar mais um dia para zarpar. O dia 6 amanheceu com menos ondas e vento a favor de sudoeste. Um vento forte na casa dos 20 nós, fazia o Mistralis singrar cerca de 8 a 9 nós. O vento que durou dois dias aproximadamente também nos fez optar por não para em Cabo Frio, partimos direto então para Vitória.Passando a região de Cabo Frio, onde a costa começa a fazer uma curva, o vento rondou para Sudeste, o que o mantinha favorável, evitando a manobra do Jybe , apenas orçamos mais e com vento um pouco mais fracos, içamos o gennaker (uma vela própria para ventos fracos, favoráveis e de través. No terceiro dia o vento então acabou até passarmos algumas milhas do Cabo de São Tomé.
Aproximadamente 30 milhas depois da região de Campos e São Tomé começa um vento de Nordeste contra e como próprio da região uma correnteza de aproximadamente 2 nós. Durante o dia a situação adversa começa a aumentar sua intensidade e por volta das 20h, o Mistralis com vela e motor singra entre 0,5 a 1,5 nó. As ondas e a correnteza assolava o segmento do barco e tornava a navegada extremamente desconfortável, além de perigosa. Não poderíamos ficar mais tempo com o motor ligado, o mesmo já começava a aquecer pela força que fazia para empurar o barco. Algumas horas depois a condição piorou e percebemos que o local era razoavelmente razo entre 6 a 15 metros de profundidade, local onde não passa navios e a frequencia de embarcações era pequena. Como muitos pescadores fazem, resolvemos jogar o ferro com bastante amarra, cerca de 200m e esperar o tempo melhorar. Ficamos com medo do cabo não aguentar, por isso a manobra foi feita com muito cabo e uma aboçadura (um nó que ajuda a tirar a tensão do cabo sob tensão). Com a força das ondas, vento e correnteza, a proa do Mistralis afundava nas ondas com muita força, fazendo um estrondo e um movimento perigoso para o fundeio. Todos dormiram preocupados porém depois de algumas horas o vento amainou e conseguimos descansar um pouco. De manhã nada de vento e pouca correnteza. Era aproximadamente 6 horas quando recolhemos a âncora e seguimos para a enseada do Perocão em Guarapari, ES. Na chegada entrou um vento Sudoeste forte, mas tivemos tempo até de comprar alguns kilos de camarão de um pescador. Âncoramos então na enseada da cerca, abrigados. Jantamos camarão no bafo e fomos descansar. Agora iremos passar mais uma noite aqui e zarpar para o ICES em Vitória, cerca de 20 milhas náuticas.

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