sexta-feira, 27 de junho de 2008

Velejando....e viajando de verdade


Depois de sabe lá Deus quatos meses de reforma...ah é, como dá para esquecer...do meu lado chegam há quase 9 meses....do Felipe 30 meses...
Depois de finalizar a pintura e parte estrutural, lá estava o Mistralis na poita, fizemos churrasco...mas olhar para a Baía e ver o vento...um ou outro barco que passava do nosso lado e a gente só olhando...que vontade de soltar a poita!





Não deu outra, um dia lindo, sol, vento constante, podia ser mais perfeito? Sim, se pudessemos ir não tivessemos que voltar. Depois de pssar todo esse tempo dentro de um barco que eu nunca tinha tido o prazer de velejar, carregamos as velas de volta pro barco, arrumamos o estaiamento de proa......vamos sair só de genoa para testar a nova quilha....o novo...TUDO....!



Depois de içar a vela, na hora de soltar a poita...acho que depois de tanto tempo, não tinha como não ser um momento tenso. Só escrevendo aqui agora que me conscientizei que fui a primeira a soltar a poita da primeira velejada do Mistralis depois da reforma. Honra maior que essa...? Impossível....
Caçamos a vela e lá fomos nós....até subi no mastro para amarrar um peça na cruzeta! Não sei porque, mas uma das coisas que mais me agradam num barco velejando é som das ondas batendo na proa.....que você sente o casco rasgando ela, como se nada pudesse impedi-lo de passar pelas águas e ao mesmo tempo o casco volta a superfício pelo empuxo. É como se nada pudesse impedir as águas de mantê-lo naquele lugar seguro.... INEXPLICÁVEL..........




Mas dessa vez tivemos que voltar....e foi como se não fosse certo voltar! Estranha sensação.... mesmo com o interior ainda em reforma, fazer esse passeio de 1h, com a lua cheia nascendo atrás do pão de açúcar....e o pôr do sol atrás do cristo.......o que estamos fazendo aqui?!


Foi o gostinho na boca seca.....que faltava para decidirmos....vamos velejar....mas dessa vez de verdade.....vamos até o Sul da Bahia

2 comentários:

Mauricio Ghigonetto disse...

oi Kaks, pena que estava viajando no seu "bota-fora" (bota-fora do que? Só coisa da Tati mesmo!). Ia escrever "boa sorte", mas no mar não há sorte, há competência, experiência, paciência e ciência, muita "encia" e não há sorte. Há sobre tudo, respeito. Pela tripulação, pela natureza, pelo mar, pelas nuvens, pelas estrelas. Esse respeito foi a bússola e o sextante de grandes navegadores, desde tempos distantes. Os que não respeitaram o mar e focaram em seu próprio ego foram ao fundo, como o Väasa e o Titanic. Mas o Mistralis, com o vermelho de Marte, Deus da Guerra, e a condução pelas mãos competentes da tripulação, ei de respeitar o mar e seus mal-humores. Hei de respeitar o céu e o sol. E vc, hei de respeitar a si mesma, pois sua tão procurada "calma interior", só vai sobressair depois que suas tempestades interiores forem respeitadas e não eliminadas. Só tenho um conselho a lhe dar, o mesmo que me deu um monge budista amigo e que já se foi: "Se tiver controle da situação, desempenhe o seu melhor. Se não tiver controle nenhum, se nada mais depender de você, levante os braços e se renda". Que bons ventos os levem e os tragam de volta....

Mauricio Ghigonetto disse...

Para vc entender melhor o meu comentário, leia esse texto no meu blog: http://jigokunosora.blogspot.com/2008/04/o-oceano-parbola-tradicional-jodo.html